as
ruas em alta velocidade se estraçalham em esquinas
as estradas não têm quinas
as
ruas e as estradas tentam todos os meios de despistar-se
em curvas, em pontes, em bifurcações
as
ruas de mãos dadas
uma rua sem saída é uma rua só
há
poemas pobres e planos como ruas
o
poema é uma rua fantasma
que atravessa uma cidade fantasma
onde passam navios fantasmas
que deixam garrafas com manuscritos
e
que manuscritos
enchem de amantes submarinos
as cidades em ruína